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PISCICULTURA 



Autor: Licenciado em Ciências Agrarias, Técnico em Agropecuária e especialista em Piscicultura: José Antônio Pimenta Guterres





 Introdução

A Piscicultura é a parte da aquicultura que estuda e cria condições para o manejo e produção dos peixes em cativeiro. A Piscicultura é considerada a principal exploração comercial mundial do ramo aquícola devido à crescente demanda pelo consumo de pescado e desenvolvimento tecnológico. A produção de peixes em cativeiros vem aumentando nos últimos anos, além de fonte de renda e de diversificação das atividades produtivas, essa atividade é capaz de transformar os espaços rurais, dando origem a outros tipos de agronegócio, como exemplo, o ecoturismo ou turismo rural via pesque-pague.
Palavra chave: Piscicultura, Agronegócio, Pesca.

Introduction
Pisciculture is the part of aquaculture that studies and creates conditions for the management and production of fish in captivity. Fish farming is considered to be the world's leading commercial fishery business due to the growing demand for fish consumption and technological development. The production of fish in captivity has increased in recent years, as well as a source of income and diversification of productive activities, this activity is capable of transforming rural spaces, giving rise to other types of agribusiness, such as ecotourism or rural tourism via fish-pay.
Keyword (s): Fish farming, Agribusiness, Fisheries.



1.0     HISTÓRICO DA PISCICULTURA

          A Piscicultura teve início a mais de 2.000 anos AC., quando os egípcios utilizavam as tilápias para povoamento de tanques ornamentais e os romanos também construíram açudes destinados para criação de peixes.

              Na China, a Piscicultura teve início a 475 a. C., sendo que os Chineses desenvolveram as primeiras técnicas para aumentar a produtividade dos viveiros, exercendo um maior controle sobre eles.

              No ano 1934, um brasileiro chamado Rodolfo Von Hering desenvolveu uma técnica para induzir os peixes de piracema a desovar em condições de cativeiro e essa técnica é utilizada até hoje no mundo todo.

      Mídias Integradas
*Vá até a parte de histórico da Piscicultura no livro Piscicultura nos trópicos de CASTAGNOLLI, N. & CYRINO, J.E. P e estude mais sobre esse assunto.*
        Muito embora seja o Maranhão detentor de uma representativa rede hídrica, seguramente, uma das maiores do país, somente agora é que se começou a despertar para a importância dessa atividade econômica.
         E para o desenvolvimento dessa atividade no nosso estado faz-se necessário entender a qualidade da água, onde eles habitam, e como eles vivem no meio aquático.

2.0 QUALIDADES DA ÁGUA
         A água é o meio em que eles vivem e deve ser a primeira preocupação quando pensamos em criar peixes. A atividade da piscicultura demanda água de alta qualidade e com abundância.
         A água deve apresentar coloração esverdeada, marrom claro e azulada o que pressupõe uma boa produção de Fitoplacton e Zooplancton. A transparência ideal para um tanque de peixes é a que é possível enxergar até 25-50 cm de profundidade (para aumentar a transparência é necessário aumentar a troca de água e diminuir a alimentação com ração).
        Os peixes são animais pecilotérmicos (de sangue frio), assim, a temperatura torna-se um fator essencial em viveiros de peixes; a faixa ideal para o desenvolvimento dos peixes é de 25ºC a 30ºC.


COMPONENTES DO AMBIENTE AQUÁTICO

FITOPLÂNCTOS- pequenas plantas em suspensão na água. Ex: algas.

ZOOPLÂNCTOS- pequenos animais em suspensão na água. Ex: micro crustáceos.

ZOOBENTONS: Animais que vivem no lodo do fundo. Ex: Caramujo e vermes.

SEDIMENTOS ORGÂNICOS: Excrementos e restos de plantas e animais mortos. Ex: Lodo.

MACRÓFITAS AQUÁTICAS: Vegetais superiores que permanecem ou não enraizados, no fundo dos tanques. Podem ou não estar submersas e algumas flutuam sobre a superfície da água e permanecem com as raízes submersas.
Ex: Aguapés, alface d’água, vitória-régia.




02: Construindo o viveiro

 Apresentação
         Agora você vai aprender qual a melhor forma de escolher o local para implantação da Piscicultura, além de técnicas de construção e instalações hidráulicas em tanques e viveiros.
Objetivos
ü  Identificar o local adequado para a implantação da piscicultura;
ü  Identificar os tipos de solos e os sistemas hidráulicos para a implantação dos tanques e viveiros;

1.0     ESCOLHAS DO LOCAL PARA IMPLANTAÇÃO DA PISCICULTURA

(imagem indisponível temporariamente)

         Durante a elaboração do projeto de uma unidade de piscicultura, deverão ser considerados os aspectos ligados ao local de implantação. Para adequada viabilidade do empreendimento.
        
 Esses aspectos referem-se à topografia da área de implantação, o tipo de solo, a avaliação quantitativa e qualitativa da água para o abastecimento dos tanques, viveiros ou represas e vegetação local. Devem ser consideradas também as informações meteorológicas diárias disponíveis como temperatura do ar, umidade relativa do ar, precipitação pluviométrica, evaporação e ventos.
        
 Além disso, o reconhecimento e seleção da área de implantação da piscicultura deverão levar em consideração o tipo do projeto, as espécies a serem criadas, o manejo a ser adotado e as facilidades de comercialização do produto. Todos esses aspectos influenciarão no sucesso do empreendimento e orientação o dimensionamento e a construção da piscicultura.
A seguir temos dois exemplos de viveiros semi-escavados para a Piscicultura. Veja as Figuras 1 e 2.
Figura 1 Viveiro para Piscicultura
Fonte:wikialagoas.ad.org.br
Figura 2- Viveiro para Piscicultura
Fonte:http://www.brasiloeste.com.br/.Acesso em 17 set. 2009.

2.0     CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS EM TANQUES E VIVEIROS.
Viveiros são escavações feitas em terreno natural, de preferência em solos argilosos, para o cultivo ou criação de organismos aquáticos caracterização por se aproximar do ambiente natural.

Figura 3- Viveiros construídos por gravidade em curso d ‘água.
Fonte:http://www.oobservador.com em :17 set. 2009

Os viveiros construídos podem ser de argila, alvenaria, manta de PVC e fibra de vidro e apresentam formas variadas que são:




                         
HEXAGONAL;              CIRCULAR;         QUADRADA; RETÂNGULO DE CANTOS ARREDONDADOS.;

Figura- Formato de viveiros para construção.
        A profundidade aconselhável dos viveiros deve situar-se na faixa de 1,00 m na parte mais rasa e até 1,70 m na parte mais profunda e a declividade do fundo de um viveiro deve ser de 0,5% a 1%.

      SAIBA MAIS
*Os viveiros para reprodutores devem ter bastante espaço para que haja um bom desenvolvimento reprodutivo. Sendo utilizado de 5 a 10 mpor Kg de peixe vivo em reprodução, em Alevinagem são utilizados de 10 a 20 alevinos por mdurante 30 a 40 dias. Para o crescimento ou engorda utiliza-se de 1,0 a 1,5 m2 por peixe. Quanto a produção de plâncton são construídos viveiros de 200m.*

                                           2.1 TIPOS DE VIVEIROS

Existem variados tipos de viveiros que são:

        a)   Viveiros sem derivação do curso d’água- São caracterizados por barragens no curso d’água . Esse tipo de viveiro apresenta como vantagem o baixo custo para implantação, mas como desvantagem não se pode controlar a quantidade e a qualidade de água que flui para o primeiro viveiro. Nos viveiros de barragem, a forma é imposta pela configuração do terreno. Os viveiros são alimentados diretamente por uma nascente ou um córrego. Veja a Figura 5 a seguir.

Figura 5: Viveiros sem derivação do curso d’água.
Fonte: www.ipoom.com/imagens. Acessado: 20 de nov. de 2010.


Viveiros com derivação do curso d’água- Os viveiros podem ser abastecidos por um canal de alimentação derivado de um curso d’água. As vantagens são que o abastecimento e o escoamento das águas podem ser controlados, a captura dos peixes é mais fácil e o controle da alimentação e da fertilização. Os viveiros em derivação podem ter as formas que o produtor desejar e os viveiros são ligados a uma fonte de água por meio de um canal.


Figura 6- Viveiros com derivação do curso d´água.
Fonte: www. Inconsenso.com. Acesso: 21 de nov. de 2010.


b)  Barragem

É uma construção sólida, destinada a represar águas correntes. A construção de uma barragem de terra é mais simples e barata. Deve ser construída em local estreito que permita inundar a maior área possível, levando-se em conta que a profundidade ideal para a piscicultura está entre 1 e 3 metros, borda livre 0,50 m, a largura da crista não deverá ser menor que 3,00m e as paredes laterais terão inclinações laterais de 2,5:1 na área molhada e 1,5:1 na área seca.

Figura 7: Barragem reservatório.
Fonte:http://www.ecotur-turismo.tur.br.Acesso em: 14 out. 2009.



2.2 Sistemas de abastecimento de água

Para um abastecimento d’água controlado, deve ser verificado e analisado o manancial, identificando o ponto de captação e o trajeto do canal de abastecimento ou derivação.


Figura 8- Viveiro abastecido por gravidade.
Fonte:http://www.difazendas.com.br/Acesso em 14 out. 2009.


ATENÇÃO...

A tomada d’água deve preencher os seguintes requisitos:

1.   Permitir um controle total do volume de água a ser captado; Captar água sempre a favor da correnteza, nunca diretamente oposta à mesma; Captar a água abaixo do nível mínimo do curso de água, em função da época de estiagem; Possuir um sistema de proteção de tela ou filtro de pedra e areia grossa para evitar a entrada de peixes indesejáveis (estranhos ao cultivo).

Quando o ponto de captação d’água for distante da área de construção dos viveiros, pode ser adotada a solução de construção de um canal de derivação em terreno natural escavando, ou proceder-se a interligação com tubulação de PVC. Quando o local do ponto de captação d’água não for suficientemente elevado, de forma a propiciar o abastecimento dos viveiros pela ação da gravidade, poderá ser construída uma barragem para elevar o nível da água.

Figura abastecida por canais em derivação. URA
Fonte: http://www.aquacultura.com.il. Acesso em: 14 out de 2009 tem que substitui a foto


2.3 CANAIS DE ABASTECIMENTO/CAIXAS DE DERIVAÇÃO


        Os canais de abastecimento ou alimentação, que poderão ser principais e secundários, efetuam o suprimento dos viveiros a partir da tomada d’água ou das caixas de derivação.


2.31 TIPOS DE SISTEMAS DE DRENAGEM
a) Tubulação de esvaziamento com tampão
Este sistema exige a instalação de um sangradouro para dar vazão às águas em excesso e o sangradouro deve ter uma grade com tela.
Desenho da 

entrada de água
              talude                       sifon
   Saída de água


(deve ser menor que a entrada de água)

(características do desenho)

Figura 10- Sistema de drenagem com tubulação de esvaziamento com tampão

b) Tubulação com cotovelo (rígido ou flexível)


Este sistema não precisa de descrição, pois a figura abaixo mostra claramente como o cano com cotovelo deve ser instalado.


Imagem relacionada


Figura 12- sistema interno de drenagem em tubulação.

c) Monge ou caixa de controle de nível


É uma estrutura vertical em madeira, concreto ou alvenaria, cuja seção horizontal tem a forma de um U voltado para dentro do viveiro.

Resultado de imagem para sistema de drenagem em monge ou caixa de controle de nível



Figura 13- sistema de drenagem em monge ou caixa de controle de nível



3 - Como criar os peixes

Apresentação

Nesta etapa, veremos os tipos de Piscicultura, as formas de manejo e os sistemas de produção ideais para a produção de peixes.


Objetivos


Identificar/ listar os tipos de piscicultura;
Listar os sistemas de produção e as suas características adequadas;
Diferenciar os tipos de tanques e viveiros.;


1.0 Pisciculturas podem ter vários objetivos:


·         Comercial: quando o esforço é dirigido para a obtenção de lucro.

·         Social: quando a produção visa alimentar, sem fins lucrativos, as populações das propriedades rurais.

·         Sanitário: quando o objetivo é eliminar insetos, vegetação daninha e poluição.

·         Recreativa: quando é utilizada para pescarias esportivas. Há ainda o piscicultor que promove a pesca em seus criadouros, com ou sem estrutura turística, obtendo bons lucros.


SAIBA MAIS...

Algumas vantagens da prática da Piscicultura são:
     A transformação de subprodutos da agricultura e pecuária em carne de alto valor proteico.     A utilização de áreas até então improdutivas, como pântanos e salinas, contribuindo para sua valorização.   A obtenção, nos cultivos intensivos, de grande produção em área relativamente pequena.
2.0 
 Tipos de piscicultura


O cultivo de peixes é constituído, basicamente, por três fases: Alevinagem Recria e Engorda, sendo que cada uma delas constitui um tipo específico de piscicultura. Atualmente, é recomendado que cada fase seja executada em pisciculturas diferentes, pois as atuais técnicas de cultivo já alcançaram um nível tecnológico que permite a separação com maior eficiência.


Alevinagem: refere-se à produção dos alevinos, que são filhotes dos peixes, os quais, quando atingem o tamanho e peso ideal, conforme na Tabela 3.1, serão comercializados para outras pisciculturas, que se encarregarão de fazer a recria e a engorda desses. Essa etapa é realizada em criatórios especializados que são responsáveis, exclusivamente, pela produção de alevinos de forma eficiente. Nessa fase, utilizam-se matrizes ou reprodutores selecionados e de alto potencial genético e reprodutivo. Para isso, os ovos são retirados diretamente da boca das matrizes fêmeas (tilápias), e pelo processo de reprodução artificial com hormônio hipofisário com os peixes reofilicos ou peixes de piracema e de desova total, como por exemplo: o tambaqui, curimatã, carpa, surubim e outros, quando essas se encontram no período de ovulação, e depois os ovos, são colocados para encubarem artificialmente. Os alevinos serão comercializados quando atingirem o peso ideal e isso facilitará o início da recria e a condução da engorda, proporcionando a obtenção de um elevado potencial de desenvolvimento dos peixes. (Figura 3.1)


Figura 3.1: Alevinos de tambaqui (Colossoma macropomum) em viveiros fonte http://www.agrosoft.org.br/agropan/209591.htm. Acesso em: 23 set 2011;

Tamanho e Peso dos Alevinos Para que Possam ser Comercializados
Espécie de peixe           Tamanho (cm) Peso(g)
Tilápias
2,0 a 3,0
         0,5

Surubim
6,0 a 8,0
            5
9,0 a 12,0
          12
13,0 a 15,0
          20
16,0 a 18,0
          25
Tambaqui
2,0 a 3,0
         0,8
Pirapitinga
2,0 a 3,0
         0,8
Pacu
2,0 a 3,0
         0,8
Tabatinga
2,0 a 3,0
         0,8
Tambacu
2,0 a 3,0
         0,8
Carpa
2,0 a 3,0
         0,8
Matrinchã
2,0 a 3,0
         0,5
Piau
2,0 a 3,0
         0,5
Curimatã
2,0 a 3,0
         0,5


ATENÇÃO!

No caso particular dos alevinos de tilápias, após o processo de incubação, as larvas não terão ainda sexo definido. Só depois de algum tempo, quando elas se transformarem em alevinos, é que ocorre a definição do sexo. Por se tratar de uma espécie de peixe com alto poder de reprodução, é desejável que a maioria dos alevinos adquiridos sejam machos, para evitar a superpopulação dos viveiros na fase de engorda. Por isso, nos criatórios especializados, as larvas passarão por um processo, chamado de reversão sexual, que garantirá que mais de 95 % dos alevinos comercializados sejam machos. Esse processo consiste em fornecer às larvas 30 dias, hormônios masculinizantes.



Recria: Depois que os filhotes de cada espécie atingem o tamanho ideal para comercialização, eles são cultivados em outros viveiros ou tanques, isto é, passam para essa segunda fase do processo até se tornarem peixes juvenis. Quando se tratar de uma piscicultura responsável por realizar apenas a fase de recria dos alevinos, esses serão adquiridos diretamente dos criatórios especializados em Alevinagem e transferidos para viveiros ou tanques de recria.

    Viveiros ou tanque de engorda ou terminação
Viveiro ou tanque de Alevinagem ou alevinos-1
Viveiros ou tanques de recria ou alevinos-2







Figura 3.2: Esquema de distribuição de alevinos e de peixes juvenis. Fonte: CPT (2004)


Fonte: http://www.anzoldepratapiscicultura.com.br/pacu.html.



·         Engorda: Quando se tratar de uma piscicultura que é responsável por realizar apenas a fase de engorda dos peixes juvenis, esses serão adquiridos diretamente das pisciculturas especializadas na recria deles mesmos e em seguida, transferidos para a piscicultura de engorda, onde permanecerão até se tornarem peixes adultos, quando, então, serão comercializados para o mercado consumidor.


Figura 3.4: Peixes Tambaqui (Colossoma macropomum) na fase de engorda Fonte:http://www.mfrural.com.br/detalhe.asp?cdp=53138&nmoca=pacu-gordo-e-tilapia.
      MÍDIAS INTEGRADAS!

Vá até o livro de Piscicultura: uma alternativa rentável, de José Francisco Furtado, nas paginas de 147 a 160 e estude mais sobre esse assunto.

2.0     Sistemas de produção.

Existem basicamente quatro sistemas de produção de peixes que são:

a)                  Sistema extensivo: é o tipo de exploração feita em açudes, lagoas, represas e outros mananciais, nos quais o homem não controla os predadores, nem a qualidade da água, onde se desenvolve o alimento natural, único disponível para peixes. A taxa de estocagem utilizada é de 2000 juvenis por hectare e produtividade de 400 a 600 Kg por hectare.

Figura 1- Sistema extensivo de criação de peixes.
Fonte:knowledge.allianz.com.br


b)          Sistema semi-intensivo: a criação é realizada em viveiros semi-escavados, onde são eliminados os predadores e realizadas adubações. A produtividade varia entre 2000 a 6000 kg/há/ano e a taxa de estocagem é de 3000 a 8000/ há. 



Figura 2- Sistema semi- intensivo de criação de peixes. Fonte: www. Qualipeixe.com.br.



c)Sistema intensivo: a finalidade desse sistema é obter altas produtividades e por isso, deve ser feito em viveiros, podendo ser adotado como uma das principais atividades da propriedade.

Figura3– Sistema intensivo de criação de peixes.Fonte:http://www.codevasf.gov.br/.

d)         Sistema super intensivotrata-se de um sistema que possui as mesmas características do intensivo, porém permite que utilize densidade de povoamento ainda maior. Por isso, os peixes são cultivados em estruturas apropriadas como: viveiros circulares, tanques-rede, canais de concreto construídos para conduzir água de irrigação.
Figura 4- Sistema super intensivo de criação de peixes.
Fonte:www.pantanalecoturismo.tur.br



1- Principais espécies de peixes.

Apresentação


Nessa etapa, você terá informações importantes sobre as principais espécies mais cultivadas na nossa região.

Objetivos

·         Identificar as principais espécies de peixes e as suas características;

·         Identificar o potencial da espécie em demanda;

·         Listar as espécies mais cultivadas;

1.0 Principais espécies de peixes cultivados.

Carpa

Nome científico: Cuprinos carpio.


É a espécie mais utilizada em cultivo em todo o mundo. Possui crescimento rápido, podendo em um ano atingir de 0.8 a 1kg, com população densa no tanque, cujo desenvolvimento se verifica à uma temperatura entre 24° e 28° C. A alimentação natural é o Zooplancton (estágio larval) e organismos bentônicos (fungo), como minhocas, larvas de insetos e pequenos moluscos. É uma espécie onívora e aceita bem alimentos artificiais, desde que pastosos e folhas tenras de vegetais. A qualidade da carne é satisfatória, mas espinhosa e com gosto específica, não havendo muita diferença entre as variedades comum e espelho.


Figura 1- Carpa comum (Ciprinos carpio)
Fonte :www.commons.wikimedia.org. Acesso em:21 nov. 2010.



Curimatã

Nome científico: Procilodus marggravii


  Lábios espessos e portáteis, onde estão inseridos muitos dentículos.
Nadadeira dorsal com espinho procumbente. Seu corpo é coberto por escamas prateadas. Pode alcançar peso corporal acima dos 15 kg. As fêmeas atingem porte maior do que os machos. Peixes de piracema, reproduzindo-se principalmente no período mais intenso das chuvas. Uma fêmea pode produzir por desova, uma vez no ano, de 200 mil a 2 milhões de ovos.


Figura 2- Curimatã (Procilodus marggravii)
Fonte:www. Pescariaamadora.com.br. Acesso em 21 nov. de 2010.



Truta
Nome científico: Oncorhynchus mykis


A truta é um peixe da família do salmão. A variedade Arco-Íris é originária das águas puras dos rios das montanhas da América do Norte (Estados Unidos, Canadá e Alaska). É um peixe de escama; alongado e um pouco comprido. A coloração do dorso varia do castanho para esverdeado, as laterais são acinzentadas e o ventre esbranquiçado. Apresenta pintas escuras espalhadas pelo corpo e nadadeiras. Alcança até 60 cm de comprimento total e 2 kg. Com 30 centímetro e 250 gramas, apresenta a condição ideal de consistência e sabor para o consumo.
Figura 3- Truta (Oncorhynchus mykis)
Fonte:http://www.pescariaamadora.com.br. Acesso em :21 nov. 2010.



Surubim
Nome científico: Pseudoplatystoma fasciatum

O Surubim é uma espécie de couro e hábitos noturnos. Apresenta a cabeça achatada, porém volumosa, tomando boa parte do seu corpo.
Apresenta coloração cinza- parda com pequenas manchas pretas arredondadas inclusive nas nadadeiras. Tem longos barbilhões e o ventre esbranquiçado.
Vive no fundo dos rios e sua carne é de excelente qualidade. É um dos maiores peixes do Brasil. Atinge um metro de comprimento e pesa de 6 a 8 kg. Mas há registros de exemplares com mais de 2 metros e 100 kg.

Figura 4- Surubim Pintado (Pseudoplatystoma fasciatum)
Fonte:http://www._pescariaamadora.com.br.

Pacu

Nome científico: Piaractus mesopotamicus

São típicos do pantanal sul-mato-grossense, dos rios amazônicos e bacia da Prata em geral. Alimenta-se de frutos, caranguejos e de detritos orgânicos encontrados na água. Atinge 18 kg de peso, comum até 8 kg. São praticadas duas formas diferentes de pesca: na vara de bambu, fisgada com frutos (tucum, laranjinha ou jenipapo) ou pesca apoitada com isca de caranguejo. No Brasil existem mais de trinta espécies de Pacu, sendo que pode ser encontrado em quase todo o território nacional. Porém, é mais pescado no Pantanal Mato- grosse-sense. Frequenta rios e lagoas nas épocas de cheia, onde come quase de tudo, frutas e pequenos peixes; Peixe de escamas; corpo romboidal e comprido. A coloração é uniforme, castanho ou cinza escuro; o ventre é mais claro, amarelado quando o peixe está vivo. Os dentes são molariformes e alcança cerca de 50 cm de comprimento.

Figura 5- Pacu (Piaractus mesopotâmicos)
Fonte: www.commons.wikimedia.org.com. acesso em 21 nov. 2010.



Tambaqui
Nome científico: Colossoma macropomum

Peixe de escamas; corpo romboidal; nadadeira adiposa curta com raios na extremidade; dentes molariformes e rastros branquiais longos e numerosos. A coloração geralmente é parda na metade superior e preta na metade inferior do corpo, mas pode variar para mais clara ou mais escura dependendo da cor da água.  Os alevinos são cinza claro com manchas escuras espalhadas na metade superior do corpo. Os alevinos são cinza claro com manchas escuras espalhadas na metade superior do corpo. O tambaqui alcança cerca de 90cm de comprimento total. Antigamente eram capturados exemplares com até 45kg. Hoje, por causa da sobre pesca, praticamente não existem indivíduos desse porte. Espécie migradora, realiza migrações reprodutivas. Durante a época de cheia entra na mata inundada, onde se alimenta de frutos/sementes. Durante a seca, os indivíduos jovens ficam nos lagos de várzea onde se alimentam de Zooplancton e os adultos migram para os rios de águas barrentas para desovar. Nessa época, não se alimentam, vivendo da gordura que acumularam durante a época cheia. Uma das espécies comerciais mais importantes da Amazônica Central.

Figura 6-Tambaqui (Colossoma macropomum)
Fonte: www.aquaportail.com.br. acesso 21 nov. 2010.



Tilápias

Nome científico: Oreochromis niloticus

Peixes de escamas; corpo um (tilápias Zanzibar) pouco alto e comprimido. Existem cerca de 100 espécies de tilápias, distribuídas em três gêneros, Oreochromis, Sarotherodon e Tilápias. No Brasil foram introduzidas três espécies: Oreochromis niloticus (tilápias no Nilo) que pode alcançar cerca de 5kg; Tilápias rendali (tilápias rendali) com cerca de 1 kg; Sarotherodon hornorum ( tilápias Zanzibar) de coloração escura; e uma variedade desenvolvida em Israel. As tilápias são espécies oportunistas, que apresentam uma grande capacidade de adaptação aos ambientes. Além disso, suportam grandes variantes de temperatura e toleram baixos teores de oxigênio dissolvido. A alimentação pode variar dependendo da espécie: podem ser on fvoras, herbívoras ou fitoplanctófagas. Algumas espécies se reproduzem a partir da seis meses deidade, sendo que a desova pode ocorre mais de quatro vezes por ano. Como protegem a prole, o índice de sobrevivência é bastante elevado.
Figura 7-Tilápia (Oreochromis niloticus)
Fonte: www.hobbypesca.com.br.acesso 20 nov. 2010.


Bagre africano
Nome científico: Clarias gariepinus.

O maior indivíduo representante da espécie média aproximadamente 1,4 metros de comprimento estandardizado (sem a nadadeira cauda) e pesava aproximadamente 59 kg. Apresenta um par de olhos pequenos. Barbilhões nasais medem de 1/5 a ½ do comprimento da cabeça em peixes cujo comprimento é maior que 12cm; Enquanto que em peixes menores os barbilhões nasais medem de ½ a 4/5 do comprimento da cabeça. Os barbilhões maxilares normalmente não são menores que a cabeça, mas são longos atingindo um ponto intermediário entre a origem da nadadeira dorsal e a inserção das nadadeiras pélvicas, sendo mais longo em peixes menores. O par de barbilhões mandibulares para fora são mais longos que os para dentro. A espinha da nadadeira peitoral é serrilhada apenas na sua porção mais extrema. Apresenta coloração escura (como preto acinzentado) na porção dorsal e branco-creme na porção ventral. Possui uma marca longitudinal distinta em cada lado da superfície ventral da cabeça. A superfície de cima da cabeça é grosseiramente granulada em adulto da espécie, e em jovens é lisa.

Figura 8- Bagre africano (Clarias gariepinus)
Fonte: www._commons.wikimedia.org>acesso 21 nov. 2010.

Jundiá- Cinza
Nome científico: Rhamdia quelen

Jundiá Cinza é uma espécie de peixe que pertence à ordem Siluriforme e à família Pimelodidae, encontrada desde o sudoeste do México ao centro da Argentina. Esta espécie é de grande importância na região sul do Brasil devido a sua adaptabilidade a diferentes tipos de ambiente, amplamente utilizada nos viveiros de piscicultura e de boa aceitação no mercado consumidor. Por ser uma espécie autóctone seu cultivo não representa risco ambiental quando indivíduo foge do cativeiro. Também podem ser considerado euritérmico, alevinos aclimatados a 31ºC toleraram temperaturas de 15° C até 34°C.  A aclimatação a temperaturas mais baixas proporciona uma maior tolerância à redução de temperatura. Habitante de local calmo e profundo dos rios é um peixe de hábitos noturnos. Em cativeiro podemos observar sua preferência por se alimentar no escuro. Pode atingir 50 centímetros de comprimento e 3 kg de peso. A primeira maturação sexual nos machos poderá ocorre com 134 mm e nas fêmeas com 165 mm. Desovam em locais com água calma, limpa e funda pedregoso. Pode apresentar picos de desova na primavera e no verão. É uma espécie ovípara, fecundação e desenvolvimento embrionário externo. Os ovos são demersais e não aderentes e a desova é as sincrônica parcelada.

Figura 9- Jundiá- Cinza (Rhamdia quelen)
Fonte: www.playfish.com.br.acesso 14 out. 2009


Pirarucu
Nome científico: Arapaima gigas

É um peixe exclusive da Bahia Amazônica e característica das águas calmas de suas várzeas. Vive em lagos e rios tributários, de águas claras, brancas e pretas ligeiramente alcalinas e com temperaturas que variam de 24° a 37°C, não sendo encontrado em zona de fortes correntezas e águas ricas em sedimentos. A espécie apresenta características biológicas e ecológicas distintas: de grande porte, suas espécies podem atingir até três metros de comprimento e 250 quilos, possui dois aparelhos respiratórios, as brânquias, para a respiração aquática e a bexiga natatória modificada, especializada para funcionar como pulmão, no exercício da respiração aérea, obrigatória; durante a seca os peixes formam casais, procuram ambientes calmos e preparam seus ninhos, reproduzindo durante a enchente; é papel de o macho proteger a prole por cerca de seis meses. Os filhotes apresentam hábito gregário (agrupamento) e durante as primeiras semanas de vida, nadam sempre em topo da cabeça do pai, que os mantêm próximos à superfície, facilitando-lhes o exercício da respiração aérea.


Figura 10- Pirarucu (Arapaima gigas)
Fonte:www.amazonnemo.com.br


Pirapitinga
Nome científico: (Piaractus brachypomus)

Peixe de escamas; corpo romboidal, alto e comprido; nadadeira adiposa sem raios; cabeça pequena; dentes molariformes. A coloração é cinza arroxeado uniforme nos adultos e cinza claro com manchas alaranjadas nos jovens. Pode alcançar 80 cm de comprimento total e 20kg, embora exemplares desse porte não sejam comuns. Espécie herbívora, com tendência a frutívoras.
Permanece nos rios durante a época de seca e entra nos lagos, lagoas e matas inundadas durante as cheias, onde é comum encontra-la debaixo das árvores se alimentando dos frutos/sementes que caem anágua. É importante nas pescarias comerciais e na pesca esportiva.

Fig-11 Pirapitinga (Piaractus brachypomus)
Fonte: www.ajspesca.com.br. acesso em 17 set. 2009.

Piauçu
Nome científico: Leporinus macrocephalus

Peixe de escamas natural da Bacia do Rio Paraguai, que também abrange o pantanal mato- grosem-se. Tem o corpo alongado, dorso de coloração cinza escuro-esverdeado (principalmente pelas bordas das curtas escamas serem mais escuras) e ventre amarelado. Nos flancos sobressaem duas listras verticais escuras. De modo geral, são onívoros- comem de tudo. A nadadeira dorsal está localizada na metade do corpo e a nadadeira adiposa é relativamente pequena, ms em perfeito equilíbrio com as demais. Por ser um peixe que realiza a desova total, ou piracema, faz longas migrações rio acima para se reproduzir podendo percorrer em um só dia a mais de 4 km contra a correnteza. Uma fêmea adulta pode liberar até 200 mil ovos por desova, tudo para compensar a baixa sobrevivência das larvas e alevinos que sofrem com a intensa ação dos predadores.

 Figura 12- Piauçu (Leporinus macrocephalus)
Fonte: www.ilhadopescador.com.br.acesso 17 set. 2009.

1.0     Demanda regionalização e espécies mais cultivadas.


De acordo com fatores climáticos, demanda é preferência dos consumidores, alguma espécies de peixes são mais cultivadas em determinadas regiões do Brasil, fazendo com que exista uma regionalização da produção, conforme apresenta a tabela.


Região do Brasil                      Espécies mais Cultivadas
Região Sul
Carpas e curimbatá
Região Serrana de sc.
truta
Mato Grosso e MG do Sul
Surubim e pacu
Região Amazônica
tambaqui
Região Nordeste
Curimbatá, tilápias, tambaqui, pacu,
Tambacu e tabatinga.
Estado de Goiás
tilápias
Região Sudeste
Carpa, curimbatá, Truta, surubim, tambaqui   e pacu
Tabela 1:Espécie de peixes mais cultivados por cada região do Brasil.


Resumo

Nesta etapa, você foi capaz de aprender sobre as principais espécies levando-se em consideração a demanda por região, seu habitat e quais as espécies que se concentram em cada região do país.





2-            Hábitos alimentares, despesca, processamento e comercialização.




Apresentação

Nesta etapa, você finalmente conhecerá hábitos alimentares e tipos de alimentos. E finalizaremos entendendo um pouco sobre despesca, processamento e comercialização dos peixes.


Objetivos

·         Identificar o hábito alimentar das espécies mais cultivadas;

·         Distinguir os tipos de ração e hábitos alimentares e nutricionais para cada espécie;

·         Diferenciar pesca e despesca;

·         Identificar os tipos de utensílios para a pesca e despesca;

·         Aplicar os tipos de processamento e acondicionamento de pescado;

·         Listar os tipos de mercados de maior demanda comercial.

1.0              Hábitos alimentares e os tipos de alimentos




Os peixes produzidos para alimento humano poderão ser classificados em carnívoros e não carnívoros. Alguns peixes carnívoros poderão ser alimentados apenas com ração, como é o caso dos surubins e a truta. Outros, entretanto, não aceitam as rações como alimento principal, o que torna o cultivo mais difícil de ser realizado.

Os peixes não carnívoros são aqueles que se alimentam de rações e plâncton. Por isso, nesse caso, torna-se indispensável conhecer os componentes de um ecossistema de um viveiro de piscicultura, a partir do ciclo de produção de alimentos naturais.

Existem dois tipos de alimentos:

- Naturais: são aqueles produzidos no viveiro e que são consumidos pelos peixes.

Fitoplacton: pequenas plantas em suspensão na água. Ex: algas;

Zooplancton: pequenos animais em suspensão na água. Ex: micro crustáceos;

Bentoanimais que vivem no lodo do fundo, Ex: caramujo e vermes;

Sedimento orgânico: excrementos e restos de plantas e animais mortos. Ex: lodo;

Plantas aquáticas: localizadas no fundo, no talude, na superfície. Ex: aguapés.

-Artificial: são as rações balanceadas para peixes ou similares, extrusadas, peletizadas ou em pô e todos os subprodutos agropecuários locais que o piscicultor possa oferecer aos peixes, a exemplo de raízes, grãos e farelos, etc.

2.0     Fontes proteicas

a)          Farelo de soja: amplamente empregado na formulação de rações para peixes, pode ser encontrado nas mais diversas regiões do país, com preço variável. A qualidade deste alimento pode sofre influências de fatores chamados antinutricionais que podem comprometer o desempenho dos animais. Portanto, a torrejem adequada da soja antes do preparo da ração são fundamentais para bloquear a ação destes fatores.


b)          Farinha de peixe: é um subproduto desidratado e moído, obtido pela sucção do peixe integral, do corte de órgãos ou de ambos, após extração parcial do óleo. Apresentam equilíbrio ideal em aminoácidos essenciais e é importante fonte de fósforo e micro minerais (zinco, manganês, cobre, selênio e ferro) aos peixes.

c)          Farelo de algodão: caracteriza-se por apresentar alto nível de proteína; porém, também apresenta fatores antinutricionais, o que limita sua utilização a níveis preestabelecidos, de acordo com cada espécie.

d)          Farelo de amendoim: este alimento, embora tenha níveis bons de proteína, apresenta alguns problemas de utilização, tais como: alto teor de óleo, tornando-se susceptível à acidez; pode apresentar contaminações por fungos (afla toxinas), entre outros.

e)          Farelo de canola: o uso deste alimento na rações de peixes ainda não foi muito estudado, mas acredita-se que seja uma fonte potencial de origem vegetal.

f)           Concentrados proteicos de origem vegetal: em muitos casos, estes concentrados se assemelham à farinha de peixe quando ao nível proteico. Geralmente, podem ser incluídos nas rações em maior quantidade que os farelos. Exemplos: concentrados proteicos de soja, concentrado proteico de coisa, concentrado proteico de folhas de diferentes plantas.

g)          Farinha de carne e ossos: é um alimento proteico de origem animal, que tem limitações quanto à sua inclusão nas rações, muitas vezes atribuídas aos altos teores de cálcio e fósforo nela presentes.

h)          Farinha de sangue: na maioria das vezes, a digestibilidade deste alimento é baixa para os peixes, devido ao processamento inadequado. A qualidade do produto deve ser a melhor possível, para evitar problemas posteriores.

i)            Levedura: trata-se de um subproduto da indústria alcooleira, sendo que sua disponibilidade no mercado tem aumentado nos últimos anos.

1.2 Fontes energéticas

a)  Milho: é uma das principais fontes de energia para peixes onívoros e herbívoros. A forma mais utilizada é o milho moído. Seu teor de inclusão é dado em função da disponibilidade, da viabilidade econômica, analisando sempre seu teor de umidade, presença de mico toxinas, resíduos de pesticidas e sementes tóxicas.

b)  Sorgo: substitui o milho em algum caso, porém, apresenta problemas devido ao tanino, uma substância tóxica para os animais. Porém, atualmente já existem variedades de sorgo com níveis de tanino mais baixos.

c)  Farelo de arroz: no mercado existe o farelo de arroz desengordurado, o farelo de arroz integral e o farelo de arroz integral com casca. Podem ser usados em substituição ao milho, trigo aveia, sorgo, etc. Ao utilizá-lo em rações para peixes, deve-se ter o cuidado de adicionar junto um antioxidante, pois são sujeitos à ramificação, devido ao alto teor de gordura.

Formas físicas da ração

Por viverem em meio aquático, os peixes têm problemas de perda de nutrientes, principalmente os mais solúveis. Sendo assim, o processamento adequado da ração é fundamental na alimentação dos animais. As formas físicas nas quais pode se fornecer a ração aos peixes são:

a)  Ração farelada: os ingredientes da ração são apenas moídos e misturados. Sua utilização não é recomendada, uma vez que as perdas de nutrientes são muito grandes, causando não só problemas aos peixes, como a poluição da água dos tanques.

b)  Ração peletizadaspor meio da combinação de umidade, calor e pressão, as partículas menores são aglomeradas, dando origem a partículas maiores. Sua estabilidade na superfície da água deve estar em torno de 15 minutos, o que garante sua qualidade. Este tipo de ração reduz as perdas de nutrientes na água, pode eliminar alguns compostos tóxicos, diminui a seleção de alimento pelos peixes, além de reduzir o volume no transporte e armazenamento da ração. Porém, tem um custo de produção mais elevado quando comparada à ração farelada.

c)  Ração extrusadas: a extrusão consiste num processo de cozimento em alta temperatura, pressão e umidade controlada. Sua estabilidade na superfície da água é de cerca de 12 horas, tornando o manejo alimentar com este tipo de ração mais fácil. Atualmente, tem sido a forma de ração mais indicada para a piscicultura.

3.   O     Formas de fornecimento de ração aos peixes






         Existem duas maneiras de se fornecer a ração aos peixes: manualmente ou pelo uso de comedouros. O fornecimento manual é interessante para manter um contato visual com os peixes, no tanque.

         Podem-se observar, por exemplo, possíveis problemas de saúde dos animais, porém, requer maior mão de obra, quando comparado ao sistema de comedouros.

          A alimentação em comedouros pode ser feita em cochos (bastante usado em sistemas tradicionais, no fornecimento de ração farelada), ou mecanizada, no qual o alimento é lançado por um equipamento acoplado a um trator. Este método permite uma alimentação rápida de grandes áreas, apesar de limitar o contato entre o tratador e os peixes.

         Existem ainda os comedouros automáticos, que distribuem a ração de tempos em tempos no tanque, porém também limitam o contato entre os peixes e o tratador. Este tipo de comedouro se encontra disponível no mercado, sendo necessário analisar sua relação custo/benefício quando da sua utilização.

         Na fase inicial de desenvolvimento dos peixes recomenda-se o uso de uma ração finalmente moída, em função do tamanho da boca do animal. É importante que o alimento seja distribuído de maneira uniforme pelo tanque. A quantidade de ração fornecida aos peixes varia de acordo com a densidade de estocagem, a espécie, o tipo de ração, a fase de crescimento, as condições ambientais do viveiro e com a condição de saúde dos animais.

         Normalmente, adota-se como parâmetro, o conceito de “biomassa”, que é traduzido pelo número estimado de peixes existentes no tanque multiplicado pelo seu peso médio. Para isso, é necessária uma avaliação periódica dos peixes, a cada 30 a 45 dias.

         A oferta diária de ração deve aumentar a media que os peixes crescem. Sendo assim, esta quantidade deve se ajustada em intervalos de 7 a 14 dias. Uma maneira prática de se verificar o consumo dos peixes e a necessidade ou não de aumento da quantidade de alimento fornecido é lançar a ração no tanque (no caso de rações peletizadas ou extrusadas) e observar os animais se alimentando.

         Quando começar a sobra ração na superfície, significa que os peixes estão saciados e que aquela quantidade de ração foi suficiente. O número de vezes que os peixes devem se alimentados por dia varia em função da temperatura, da espécie criada, da idade ou tamanho dos peixes e da qualidade da água do tanque.

         Geralmente, quando a temperatura cai, o consumo de ração é menor e, portanto, o seu fornecimento deve ser menor também. Sabe-se também que, quanto mais jovem é o peixe, mais vezes por dia ele deve ser alimentado.

         Assim, na fase de Alevinagem, a frequência de alimentação é de duas a três vezes por dia. Já na fase de engorda, essa frequência cai para uma a duas vezes por dia. Para peixes carnívoros, por exemplo, duas alimentações ao dia são suficientes, porém, para peixes onívoros como a tilápias, três alimentações ao dia mostram melhores resultados de desempenho.

         A qualidade da água é influenciada pela frequência de alimentação, uma vez que o excesso de ração no tanque provoca diminuição do oxigênio dissolvido na água, prejudicando os peixes.

         Quanto aos horários de fornecimento de ração, estes variam conforme a espécie cultivada. Porém, para espécies carnívoras e onívoras, recomendam-se as primeiras horas do dia e o entardecer.

         O ideal é fornecer a ração sempre mesma horária, todos os dias, para que haja um condicionamento dos peixes.

         É importante, porém, não fornecer alimento aos peixes quando as concentrações de oxigênio estiverem baixas, para não agravar ainda mais a situação.

         Para espécies carnívoras ictiófaga, por requerem um treino alimentar específico, é necessário a aquisição de alevinos já adaptados ao alimento seco, devendo ser fornecido preferencialmente à noite.

         O mais importante é que o tratador seja um bom observador, pois dele irá depender a saúde e o desenvolvimento adequado aos peixes.
  

4.0     Despescas, processamento e comercialização

A despesca pode ser feita quando os peixes alcançarem tamanho e peso ideal para o comércio, de acordo com a exigência do mercado, e que varia de acordo com a espécie, sendo que, geralmente acontece a partir do 10° mês de cultivo ou com o peso de 1 a 1,5kg (Tambaqui, Tambacu e Tabatinga)

A retirada pode ser total ou parcial retirando apenas a quantidade a ser vendida. Após a despesca, é recomendável que os peixes sejam lavados em água corrente.

O peixe pode ser destinado a vários mercados (supermercado, feiras etc.) unidade de beneficiamento para ser transformados em filé, embutido, farinha e outros derivados.

Pontos a serem observados na comercialização:

-manter o peixe fresco;

-manter o peixe vivo;

-conservar o peixe a frio;

-salga é método de preservação baseado na penetração do sal nos tecidos dos peixes usado para período mais longos de conservação;

-deve ser comercialização “in natura”




         Todas essas informações contribuirão muito no momento de se decidir a respeito da viabilidade econômica da sua futura atividade. Tudo isso, associada à escolha correta das espécies a serem cultivadas e a execução criteriosa das técnicas de cultivo, sem dúvida contribuirão para o sucesso de uma piscicultura.

         Sendo assim, pode-se dizer que a solução para atender a demanda de peixes atual e futura é o cultivo de peixes em pisciculturas, onde se podem produzir peixes sem agredir o meio ambiente.



         Você foi capaz de aprender sobre os principais alimentos dos peixes, os tipos de alimentação, além de conhecimentos sobre despesca, comercialização e processamento.



  PUBLICADO:17/09/2017



      
      

Referências:

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Fonte: www.ajspesca.com.br.;
Fonte: www.ajspesca.com.br.;
Fonte: www.ilhadopescador.com.br.;

Revisado "superficialmente": 19/08/2023 as 3:09 PM .  



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